Atualizado em 22 de maio de 2020 | Publicado originalmente em 22 de maio de 2020
O
acesso ao cuidado adequado é desafiador quando se trata de um sistema público como o Brasileiro e especialmente para pacientes com doenças raras.
A porta de entrada do atendimento de saúde é na Atenção Primária. Ela desempenha papel estratégico na identificação precoce de todos os conjuntos de doenças, inclusive as neuromusculares.
Primeiro contato com sinais e sintomas dos pacientes com AME
É na APS que pediatras, clínicos, médicos da família, entre outros profissionais da equipe multidisciplinar, têm o primeiro contato com os sinais e sintomas apresentados pelos pacientes, e também fazem o referenciamento/encaminhamento para os serviços de referência (1).
Para que desempenhem seu papel estratégico, é central que os profissionais da APS, bem como as estruturas da regulação setorial, estejam empoderadas e capacitadas para trabalhar com doenças raras e, nesse caso em particular, com as doenças neuromusculares – que apresentam especificidades quando comparadas a doenças mais prevalentes.
O diagnóstico precoce nesse contexto, passa, necessariamente por reconhecer prontamente os atrasos no desenvolvimento motor dos bebês e crianças com Atrofia Muscular Espinhal (AME), e encaminhá-los ao serviço especializado.
Para saber mais sobre o serviço especializado, também conhecido como Média e Alta Complexidade (MAC), acesse aqui.
Pouco acesso à informação dificulta diagnóstico de pacientes com AME
Porém, o que se vê, de maneira geral, é a experiência ainda limitada com doenças neuromusculares e a necessidade de ter mais claro quem são os principais serviços de referência para esse universo, o que pode dificultar a jornada do paciente até o diagnóstico e consequente cuidado apropriado.
Importante relembrar que a AME, por ser progressiva e degenerativa, se trabalhada dentro da janela terapêutica precoce, pode ter o prognóstico completamente alterado.
Ainda dentro da APS e se tratando do futuro do diagnóstico para doenças genéticas, a inclusão da AME no Programa de Triagem Neonatal permitiria a identificação dos casos ainda pré-sintomáticos, o que tem o potencial de transformação sem igual na qualidade de vida desses pacientes. A APS, quando identificar um caso como esse, poderia rapidamente notificar a família e encaminhá-la a especialistas.
Referências Bibliográficas:
1. Mendes EV. Atenção Primária à Saúde no SUS. Fortaleza: Escola de Saúde Pública do Ceará; 2002.
O conteúdo foi inspirado no Guia de Discussão sobre Atrofia Muscular Espinhal (AME) no Brasil: Trabalhando hoje para mudar o amanhã. Clique para baixar o Guia gratuitamente e disponível na íntegra.
Em dúvida sobre algum termo desta matéria? Confira o glossário.
Desafios persistentes: a difícil jornada do cuidado de pacientes com AME no Brasil evidencia obstáculos a serem superados.
Feita a identificação da AME, é o momento do encaminhamento do paciente ao cuidado multidisciplinar
Os familiares que auxiliam a pessoa com AME nas tarefas diárias fazem esforços físicos e lidam com uma carga psicológica e emocional. Eles também devem ser cuidados!