Atualizado em 19 de maio de 2020 |
Publicado originalmente em 28 de março de 2020 às 13h18
A Atrofia Muscular Espinhal (AME) é uma doença neuromuscular degenerativa e progressiva, e que, por consequência, impacta a qualidade de vida e bem-estar de pacientes, cuidadores(as) e familiares que convivem com a doença (1–6).
As dificuldades vão desde restrições e incapacidades na mobilidade, no controle motor e na capacidade ventilatória, passando pelo lado psicológico, emocional e estigma social, e se relacionam também com o impacto decorrente da situação financeira e orçamentária daqueles que convivem com a AME
Entretanto, mesmo afetando a qualidade de vida do indivíduo com a doença e da sua família, a AME não é uma sentença.
Atrofia Muscular Espinhal (AME) deve ser vista dentro do contexto de inclusão social
Embora haja restrições quanto às alternativas que se colocam, é importante que as capacidades dos indivíduos com Atrofia Muscular Espinhal (AME) sejam o foco da sociedade e não suas incapacidades. Antes de ser um paciente, cada indivíduo é um ser humano, que tem sua personalidade, suas vontades próprias, entre outros, e por consequência, o direito à qualidade de vida.
Por isso, é fundamental que a sociedade, as famílias e a própria pessoa com AME extrapolem o universo da doença e busquem aproveitar seus melhores momentos – sempre apoiados por avaliação de riscos. A qualidade de vida ultrapassa a barreira das necessidades médicas. É preciso pensar na Atrofia Muscular Espinhal (AME) dentro do contexto de inclusão social.
Esta leitura é um convite à reflexão, para que se discuta a AME além de sua natureza fisiopatológica e, consequente, sua manifestação clínica e para que também seja aberta a oportunidade de reflexão às alternativas para qualidade de vida melhor dentro da comunidade da AME.
Referências Bibliográficas
1. Rouault F, Christie-Brown V, Broekgaarden R, Gusset N, Henderson D, Marczuk P, et al. Disease impact on general well-being and therapeutic expectations of European Type II and Type III spinal muscular atrophy patients. Neuromuscul Disord. 2017.
2. Hunter M, Heatwole C, Luebbe E, Johnson NE. What Matters Most: A Perspective From Adult Spinal Muscular Atrophy Patients. J Neuromuscul Dis. 2016;3(3):425–9.
3. Qian Y, McGraw S, Henne J, Jarecki J, Hobby K, Yeh W-SS. Understanding the experiences and needs of individuals with Spinal Muscular Atrophy and their parents: a qualitative study. BMC Neurol. 2015;15(1):217.
4. Jeppesen J, Madsen A, Marquardt J, Rahbek J. Living and ageing with spinal muscular atrophy type 2: Observations among an unexplored patient population. Dev Neurorehabil. 2010;13(1):10–8.
5. Higgs EJ, McClaren BJ, Sahhar MAR, Ryan MM, Forbes R. “A short time but a lovely little short time”: Bereaved parents’ experiences of having a child with spinal muscular atrophy type 1. J Paediatr Child Health. 2016;52(1):40–6.
6. Laufersweiler-Plass C, Rudnik-Schöneborn S, Zerres K, Backes M, Lehmkuhl G, Gontard A. Behavioural problems in children and adolescents with spinal muscular atrophy and their siblings. Dev Med Child Neurol. 2007;45(1):44–9.
O conteúdo discutido foi inspirado no Guia de Discussão sobre Atrofia Muscular Espinhal (AME) no Brasil: Trabalhando hoje para mudar o amanhã. Clique para baixar o Guia gratuitamente e disponível na íntegra.
Em dúvida sobre algum termo desta matéria? Confira o glossário.
Cada caso é um caso. Fatores, como motivação, estado psicológico e condições de avaliação impactam de forma importante na avaliação do quadro clínico do paciente com AME
Nos últimos anos, novas terapias modificadoras do curso da doença buscam a estabilização ou regressão dos sintomas nos pacientes. Saiba mais!
O gerenciamento dos cuidados dos indivíduos com Atrofia Muscular Espinhal (AME) deve se basear no equilíbrio entre o lazer e as terapias multidisciplinares. Saiba mais!