Você sabe o que são marcos de desenvolvimento? A maneira que os pequenos brincam, aprendem, falam, agem e até se movimentam nos mostram indicações importantes sobre o seu crescimento. Assim, os marcos de desenvolvimento motores nada mais são do que as habilidades que os bebês e crianças conseguem fazer em uma determinada idade. Pequenas ações têm grande impacto no neurodesenvolvimento e, por isso, é tão importante observar de perto a evolução de cada fase¹.

Conseguir sustentar a cabeça e reagir com sons ao redor são alguns dos primeiros marcos a serem observados durante a primeira infância, período que dura do nascimento até os seis anos completos da criança. Até os seis meses, alguns deles são: começar a sentar sem apoio e emitir sons para demonstrar alegria ou descontentamento. Já dos sete aos dezoito meses, o bebê já compreende a palavra "não", fica em pé apoiado em algo e segue instruções simples como "pegue o brinquedo"².

O não cumprimento de um ou mais desses padrões pode ser sinal de que algo está errado e pode ter impacto negativo no neurodesenvolvimento do bebê ou da criança. Sinais como problemas de deglutição e dificuldade de segurar coisas, por exemplo, algumas vezes são indícios que o bebê tem alguma doença, como a Atrofia Muscular Espinhal (AME), que, apesar de rara, pode acontecer² ³.

Você já pode verificar os marcos que seu filho aprende no final de seus dois primeiros meses. Por isso, é importante que você aprenda os sinais a e aja cedo. Quanto mais os bebês crescem, eles vão aperfeiçoando as habilidades já aprendidas e se preparando para realizar as novas. Caso observe que seu filho não está progredindo como deveria, não hesite: procure seu pediatra.

Preparamos esse infográfico para te ajudar na identificação dos marcos que podem trazer impacto no neurodesenvolvimento.

Como monitorar os marcos de desenvolvimentos de bebês e crianças²?

Sustentar a cabeça, levar as mãos à boca e se sentar sem apoio são alguns dos marcos motores; indicadores do desenvolvimento na primeira infância. Você sabia que o não atingimento dos marcos são indícios de que algo pode estar errado?² A Atrofia Muscular Espinhal (AME), por exemplo, é uma das doenças que pode levar ao não atingimento desses importantes marcos motores³.

O que é Atrofia Muscular Espinhal (AME)?

Manifestada por uma fraqueza progressiva que compromete funções como respirar, comer e andar, essa doença rara afeta aproximadamente entre 7 a 10 bebês a cada 100 mil nascidos vivos⁴. 

Confira abaixo alguns sinais para ficar atento(a) no desenvolvimento da primeira infância^2-3:
 

0 A 6 MESES

CRIANÇAS QUE INICIAM OS SINAIS E SINTOMAS DA AME ANTES DOS SEIS MESES EM GERAL DESENVOLVEM A AME TIPO I:

Pouco ou nenhum controle da cabeça
Não se senta sem apoio
Postura "perna de rã" ao deitar-se
Fraqueza e atrofia muscular grave, dificultando o rolar
Fraqueza dos músculos usados para mastigar e engolir, gerando dificuldade na alimentação
Dificuldade para segurar coisas 

7 A 18 MESES

CRIANÇAS QUE INICIAM OS SINAIS E SINTOMAS DA AME ANTES DOS SEIS MESES EM GERAL DESENVOLVEM A AME TIPO II:

Senta-se de forma independente, mas não anda
Fraqueza muscular, que dificulta as tentativas de ficar em pé
Rigidez articular pode levar ao desenvolvimento de deformidades, mais comuns nos pés e punhos
Pode desenvolver problemas na coluna, como escoliose (curvatura anormal da coluna vertebral)
Pode ocorrer problemas de deglutição, tosse e respiração

18 MESES OU MAIS

CRIANÇAS QUE INICIAM OS SINAIS E SINTOMAS DA AME ANTES DOS SEIS MESES EM GERAL DESENVOLVEM A AME TIPO III:

Consegue andar, mas perde essa habilidade com a evolução da doença
Escoliose, especialmente em paciente que perdeu a capacidade de caminhar
Alguma dificuldade de deglutição
A função dos membros superiores pode ser prejudicada pela perda de força muscular
Atrofia muscular, dificultando a movimentação

Referências Bibliográficas:

1. Ministério da Saúde. Como acompanhar o desenvolvimento da criança. Disponível em http://www.blog.saude.gov.br/index.php/promocao-da-saude/53047-como-acompanhar-o-desenvolvimento-da-crianca. Último acesso em maio de 2020.

2. Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNI). Aprenda os Sinais. Aja cedo. 2019. Disponível em: https://sbni.org.br/wp-content/uploads/2019/09/1568137484_livreto_alta.pdf. Último acesso em maio de 2020.

3. Lunn MR, Wang CH. Spinal muscular atrophy. Lancet. 2008 Jun;371(9630):2120–33.

4. Verhaart IEC, Robertson A, Wilson IJ, Aartsma-Rus A, Cameron S, Jones CC, et al. Prevalence, incidence and carrier frequency of 5q–linked spinal muscular atrophy – a literature review. Orphanet J Rare Dis. 2017;12(1):124.